Natal
Africano
Não há pinheiros nem há neve,
Nada do
que é convencional,
Nada
daquilo que se escreve
Ou que
se diz... Mas é Natal.
Que ar
abafado! A chuva banha
A
terra, morna e vertical.
Plantas
da flora mais estranha,
Aves da
fauna tropical.
Nem
luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente
o riso das crianças
Que em
toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do
que é tradicional.
As
orações,
porém, são velhas
E a
noite é Noite de Natal.
Cabral do Nascimento
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